Ceará espera recorde de exportações de rochas
O Porto do Pecém enviou 9 mil toneladas de granito para Marina Di Carrara, na Itália, na última quinta-feira(13). O volume é parte dos esforços do setor, no Ceará, para bater o recorde de exportação neste ano. Apenas em setembro foram US$ 2,05 milhões em exportações, o que deixou o Estado na terceira posição entre os exportadores de rochas ornamentais do País – atrás de Espírito Santo (US$ 819,8 milhões) e Minas Gerais (US$ 112,2 milhões).
Carlos Rubens, presidente do Sindicato de Indústrias de Mármores e Granitos do Ceará (Simagran-CE), tem boas expectativas para esse ano, esperando bater o recorde das exportações. “Estamos em uma situação entre a estabilidade e um pequeno crescimento nas exportações.”
As exportações cearenses têm crescido continuamente desde 2012. “Dez anos atrás exportávamos US$ 3 milhões, hoje, falamos em US$ 37 milhões ou US$ 38 milhões.”
Até setembro de 2022, o setor exportou um total de US$ 31,8 milhões – montante 9,9% maior do que o registrado em igual período de 2021, segundo aponta o estudo “Setorial in Comex” de rochas ornamentais elaborado pelo Centro Internacional de Negócios da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (CIN/Fiec). A Itália (54%) continua o principal destino das exportações, seguida por Estados Unidos (33%), China (6%), Espanha (2%) e México (1%).
O embarque das rochas no Porto do Pecém tem operação Tecer Terminais, que opera ainda a movimentação de peças de pneus OTR (off the road) para mineração de alta produtividade, peças para eólicas onshore, como pás, torre, nacele e rotor, além de fertilizantes em big bags e bobinas de aço.
“O envio desta nova carga de granito demonstra essa pluralidade de produtos que chegam e que são enviados para diferentes países”, destaca Carlos Alberto Nunes, gerente da Tecer Terminais.
Mercado interno
Em relação ao crescimento do mercado no Ceará, o diretor ressalta que em 2014 havia entre 13 e 14 empresas no Estado, enquanto em 2022 há mais de 60. O mercado interno apresentou uma apresentou desaceleração nos últimos 60 dias.
A curva de crescimento do mercado de exportação cearense cresceu 14% durante o primeiro ano da pandemia de Covid-19. “A curva de crescimento não foi atrapalhada. Mas podia ter crescido mais.”
Os fretes com valores altos, 3 vezes o que era cobrado nos períodos pré-pandêmicos são um dos desafios que o setor enfrenta para atingir as metas de exportação. “Os valores do Brasil para os Estados Unidos eram em torno de R$ 3.000 ou R$ 4.000, agora está R$ 14.000. Outros países já diminuíram os fretes. Às vezes, o frete é mais caro que a pedra. Isso reduz muito nossa competitividade no mercado.” lamenta Rubens.
Rubens, ao comentar as maiores dificuldades enfrentadas no momento atual, fala: “Temos o problema dos fretes e do marco regulatório. Os processos são muito demorados e burocráticos.”
Fonte: Jornal O POVO – 18/10/2022